Estado de Buda. Uma revolução rara, que muda a consciência das estruturas. Tremem e rangem, se ajustam. Deu-se depois de andarmos e pararmos próximos a um bar, não pelo ambiente, mas pela chuva que tomava de surpresa como salvas de aleluia. Chegamos tontos não pelo ambiente, mas pela eletricidade estática. Fizemos chuva.
- Usa minha marquise por todo o instante que chora feliz o céu. – disse a mendiga deitada na sala de sua rua, em elegância peculiar.
- Eu avisei que ia chover – afirmativa. (você escutou outra coisa).
A mendiga deitada estava tomada de alegria. Não pelo ambiente, mas pela liberdade. Uma vez a ouvi falando na rua sobre senhas de banco e computadores. Números.
Hoje o calendário desse tempo medido se marcou num sistema binário. Só dois números codificados. 01/10/10. Tempo não se mede. “Olha ali praquela pedra antes cheia de sol e agora lavada de água” – você disse amando o simples e eu me tomei de sol e chuva numa mesma estação. A vida se revela. Acender. Ascender. Calembur. Parece um playground, não?
Decidi reger um dilúvio pra perdermos o instante.
E viramos esse fogo coruscante que não se apaga nem chovendo.
Marcelo Azevedo
um ano...
ResponderExcluirTrês anos...
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